Aluno cego é o primeiro estudante com deficiência visual a concluir uma graduação no IFCE Canindé
Publicado em 17/05/2017 às 09:23 – Fonte: IFCE Canindé
Antes de dobrar um corredor, o som característico anuncia a
chegada de Eron: o tec-tec ritmado de sua inseparável bengala,
tocando o chão à frente e reconhecendo o percurso, construindo na cabeça do
jovem cego um caminho seguro para percorrer. O destino final é a sala de aula
onde, após anos de estudo e esforço, vai defender seu trabalho de conclusão do
curso de Licenciatura em Educação Física e se tornar o primeiro estudante com
deficiência visual a concluir uma graduação no campus de Canindé do IFCE.
chegada de Eron: o tec-tec ritmado de sua inseparável bengala,
tocando o chão à frente e reconhecendo o percurso, construindo na cabeça do
jovem cego um caminho seguro para percorrer. O destino final é a sala de aula
onde, após anos de estudo e esforço, vai defender seu trabalho de conclusão do
curso de Licenciatura em Educação Física e se tornar o primeiro estudante com
deficiência visual a concluir uma graduação no campus de Canindé do IFCE.
Erenildo
Souza, carinhosamente conhecido como Eron, mudou-se de Fortaleza para Canindé
com o único propósito de estudar. O curso de Educação Física era um sonho
antigo do garoto apaixonado por esportes que torcia para, um dia, poder
trabalhar nessa área, à revelia de sua deficiência. Para conquistar esse
objetivo, o primeiro desafio era cursar a graduação.
Souza, carinhosamente conhecido como Eron, mudou-se de Fortaleza para Canindé
com o único propósito de estudar. O curso de Educação Física era um sonho
antigo do garoto apaixonado por esportes que torcia para, um dia, poder
trabalhar nessa área, à revelia de sua deficiência. Para conquistar esse
objetivo, o primeiro desafio era cursar a graduação.
Para
isso o campus Canindé precisou se adaptar, tanto quanto à acessibilidade
física, fornecendo impressora Braile e computador com leitor de tela, como
também comportamental. Eron destaca o valor da boa comunicação e o fato de
ter sido ouvido pela gestão do campus e por seus professores, que buscaram
entender suas necessidades para ajudá-lo. “Foram conquistas que… ao longo do
tempo, a direção do campus foi se sensibilizando para poder facilitar o meu
acesso. Nesse ponto eu destaco também as lutas dos professores, que procuraram
conversar comigo para que eu pudesse repassar as minhas dificuldades em relação
às aulas, buscando sempre o melhor para que eu pudesse ter o máximo de
informações das disciplinas”, relata o estudante.
isso o campus Canindé precisou se adaptar, tanto quanto à acessibilidade
física, fornecendo impressora Braile e computador com leitor de tela, como
também comportamental. Eron destaca o valor da boa comunicação e o fato de
ter sido ouvido pela gestão do campus e por seus professores, que buscaram
entender suas necessidades para ajudá-lo. “Foram conquistas que… ao longo do
tempo, a direção do campus foi se sensibilizando para poder facilitar o meu
acesso. Nesse ponto eu destaco também as lutas dos professores, que procuraram
conversar comigo para que eu pudesse repassar as minhas dificuldades em relação
às aulas, buscando sempre o melhor para que eu pudesse ter o máximo de
informações das disciplinas”, relata o estudante.
A
professora Thaidys Monte, orientadora de Eron no TCC, lembra que o processo de
adaptação passou por muitas barreiras, mas que, em compensação, o aprendizado
para ambos os lados foi enorme. “Eu me sinto muito realizada enquanto
professora. Uma das experiências mais emocionantes da minha carreira docente,
sem sombra de dúvidas, foi esse momento de ter orientado o Eron, com a sua
deficiência visual e todas as dificuldades que a gente enfrentou, mas que a
gente enfrentou junto”, comenta.
professora Thaidys Monte, orientadora de Eron no TCC, lembra que o processo de
adaptação passou por muitas barreiras, mas que, em compensação, o aprendizado
para ambos os lados foi enorme. “Eu me sinto muito realizada enquanto
professora. Uma das experiências mais emocionantes da minha carreira docente,
sem sombra de dúvidas, foi esse momento de ter orientado o Eron, com a sua
deficiência visual e todas as dificuldades que a gente enfrentou, mas que a
gente enfrentou junto”, comenta.
O
trabalho de conclusão de curso desenvolvido por Eron foi uma pesquisa sobre a
inclusão de pessoas com deficiência nas aulas de Educação Física em escolas
estaduais do município de Canindé, seus limites e também suas possibilidades. A
análise proporcionou também uma reflexão comparativa com a realidade vivida
pelo próprio estudante no campus do IFCE. “A diferença que eu percebo é que no
campus há uma maior discussão: existem debates, palestras, seminários, oficinas
e projetos voltados para pessoas com deficiência”, avalia.
trabalho de conclusão de curso desenvolvido por Eron foi uma pesquisa sobre a
inclusão de pessoas com deficiência nas aulas de Educação Física em escolas
estaduais do município de Canindé, seus limites e também suas possibilidades. A
análise proporcionou também uma reflexão comparativa com a realidade vivida
pelo próprio estudante no campus do IFCE. “A diferença que eu percebo é que no
campus há uma maior discussão: existem debates, palestras, seminários, oficinas
e projetos voltados para pessoas com deficiência”, avalia.