Mauna Loa: o gigante ativo que domina o Havaí

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O maior vulcão do mundo em extensão é o Mauna Loa, localizado no Havaí. Com impressionantes 5.271 quilômetros quadrados de área, ele cobre cerca de metade da Ilha Grande (Big Island) e recentemente voltou a entrar em atividade após quase quatro décadas de dormência.

Características do Mauna Loa

O nome Mauna Loa significa “montanha longa” em havaiano, e ele faz jus à designação. Situado dentro do Parque Nacional dos Vulcões, é um dos cinco grandes vulcões que compõem a Ilha Grande, a maior do arquipélago havaiano. Sua base encontra-se no fundo do Oceano Pacífico, enquanto o cume atinge 4.170 metros acima do nível do mar. No entanto, se for considerada sua altura total – desde o fundo oceânico até o topo –, o Mauna Loa ultrapassa os 9.170 metros, superando até mesmo o Monte Everest em altura absoluta.

A cratera principal, chamada Mokuʻāweoweo, está localizada a cerca de 34 quilômetros a oeste do Kilauea, outro vulcão ativo da ilha. Uma diferença importante entre os dois é a velocidade do fluxo de lava – no Mauna Loa, ele é significativamente mais rápido.

Histórico de atividade vulcânica

O Mauna Loa não é apenas o maior vulcão do planeta, como também um dos mais ativos. Desde 1843, quando começaram os registros sistemáticos, já foram contabilizadas 33 erupções. Naquele período, o arquipélago ainda era povoado por comunidades polinésias que mantinham estreita relação com os fenômenos naturais da região.

A maioria das erupções se iniciou na caldeira no topo do vulcão, mas cerca de metade permaneceu restrita à própria cratera. Ainda assim, há registros de eventos em que a lava escapou por fissuras nas laterais da montanha, o que representa um risco elevado.

Quando a erupção ocorre pela zona de fenda nordeste – como aconteceu em 2022 –, os riscos para as populações locais são relativamente menores. Apesar de Hilo estar situada abaixo dessa região, a maior parte da atividade costuma ocorrer a uma distância segura. Isso permite que os cientistas detectem sinais de alerta com antecedência e que os moradores tenham tempo hábil para deixar a área, caso necessário.

Entretanto, quando a lava emerge pelas zonas de fenda nos flancos do vulcão, o perigo é muito maior. Nessas ocasiões, o relevo íngreme pode direcionar os fluxos incandescentes para áreas povoadas, como os distritos de Ka‘ū e South Kona, em questão de horas – o que representa risco real para vidas humanas e propriedades.

Erupções mais marcantes

A erupção de 1859 é uma das mais prolongadas da história recente do Mauna Loa. Durou cerca de 300 dias e gerou um fluxo de lava que percorreu mais de 50 quilômetros, destruindo vilarejos e recursos essenciais para a sobrevivência das comunidades locais.

Em 1950, o vulcão entrou em erupção novamente, dessa vez por um período muito mais curto – apenas 23 dias –, mas com impactos devastadores. Foram expelidos 375 milhões de metros cúbicos de lava, o suficiente para causar sérios danos à infraestrutura da ilha.

Já em 1984, a erupção mais recente até o retorno da atividade em 2022, o avanço da lava chegou perigosamente próximo à cidade de Hilo. Na tentativa de conter os fluxos, as autoridades recorreram até a explosões controladas, mas sem sucesso.

Monitoramento constante

Devido à sua dimensão e histórico de atividade intensa, o Mauna Loa é permanentemente monitorado por especialistas em vulcanologia. Apesar de seu potencial destrutivo, o conhecimento acumulado sobre o vulcão permite que medidas preventivas sejam adotadas com maior eficácia.

O Mauna Loa permanece como um lembrete da força incontrolável da natureza e da necessidade de convivência atenta com os fenômenos geológicos em regiões vulcânicas.